A "culpa" é do outro

A areia chega terça, sem falta! Na hora de fechar o pedido, o vendedor promete até congelamento, primeira classe no foguete a Marte.
“Estamos no prazo”.
“Dirija-se à central de Guarulhos”.
“Não posso fazer nada”.
A empresa se esquiva e faz o cliente correr atrás da solução. A culpa? De ninguém!
“A senhora deveria dirigir-se à loja e resolver isto com o vendedor”.
Descubro, depois de intermináveis telefonemas, que a nota foi desmembrada em duas, devido ao excesso da carga. A empresa não admite o erro e tampouco se dispõe a propor uma saída. Quando o erro não é nosso, nenhum de nós faz parte da solução. Um formato antiquado, onde importa a venda imediata e não a fidelização do cliente.
Comunicação fadada ao desrespeito
De olho na promoção, não conferi a data de entrega, mesmo porque havia múltiplas notas fiscais. Confiei na palavra do vendedor:
“No máximo, em cinco dias, a senhora recebe as telhas”.
Passaram-se 30 dias, e nada.
Erro do sistema? Erro intencional? Política da empresa?
“Dirija-se à loja”!
Fiz 160 km. O supervisor confirmou a entrega para a semana seguinte.
E nada de telha.
João disse que a culpa era de Maria, que repassou a batata quente para Mario, que entediado colocou a culpa no vendedor.
Por isso, me disseram que voltasse à loja.
160km novamente.
“O supervisor se enganou. Não temos o material na loja. A senhora quer um vale compras”?
Se é desgastante para o consumidor, imagine para os funcionários que não contam uns com os outros. O clima organizacional do “salve-se quem puder” é fadado ao descontentamento. Afinal, a “culpa” é do outro.
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